24/11/2005

Centro das Artes distinguido com prémio de arquitectura

O Centro das Artes — Casa das Mudas (Calheta), do arquitecto Paulo David, foi um dos projectos portugueses distinguidos com o Prémio Ascensores Enor de Arquitectura. A primeira sessão de apresentação dos projectos vencedores do I Prémio Ascensores Enor de Arquitectura decorre em Lisboa, amanhã, dia 22 de Novembro, pelas 18h00, no Centro Cultural de Belém, onde será apresentado o livro que abarca as obras escolhidas a concurso, a partir dos materiais entregues pelos próprios concorrentes. Irão ainda conferenciar José Gigante e Vítor Silva, autores do projecto finalista “Reforma de um sequeiro” em Guimarães, e José Churtichaga e Caytana de la Quadra-Sicedo, arquitectos responsáveis pela obra finalista em Espanha “Bilbioteca Municipal de Villanueva de la Cañada”. A segunda sessão decorre no Porto, na próxima quinta-feira dia 24 de Novembro, à mesma hora, na Biblioteca Municipal Almeida Garret, R. das Entrequintas, 328, onde será também apresentado o livro e conferenciarão os arquitectos Pedro Mendes, autor de uma vivenda unifamiliar no Alto Alentejo, bem como Cano Pintos, responsável do projecto finalista em Espanha “Oficina Municipal de Transportes de Madrid”. Para além do Centro das Artes — Casa das Mudas, foram distinguidos os seguintes projectos portugueses: “Casa do Cinema Manoel de Oliveira”, de Eduardo Souto Moura, “Escritórios e Estacionamentos lotes 7-8-9”, de Pedro Cabezas e Samuel Torres de Carvalho, “Reconstrução de um sequeiro” – Guimarães, de José Gigante e Victor Rosas da Silva, “Miraflores, Lote 50” – Lisboa, de Miguel Mira, “Habitação unifamiliar” – Alto Alentejo, de Pedro Mendes, e “Casa António Teixeira”, de José Gigante e João Moreira Gomes.

Jornal da Madeira

Construções com mais qualidade


Aquí vai um artigo do Jornal da Madeira, ineressante sobre um trabalho de um colega amigo, aquem desde já dou os Parabens!

Há 15 anos, quando se dedicou à prática de agricultura biológica, “as pessoas que foram sabendo chamavam-me louco”. Hoje, esta prática é comum e até incentivada pelas entidades governamentais. Rui Nelson decidiu, por isso, apostar noutra vertente que, embora barata e fácil de concretizar, não tem tido pernas para andar: a arquitectura biológica. Há 10 anos que anda a falar “nisto” mas ninguém se importa em transformar a sua residência ou local de trabalho num espaço mais agradável e onde não se chegue ao fim do dia “com um cansaço fora do normal”. Mas este agente técnico de arquitectura e engenharia acredita que mais dia menos dia, “as pessoas vão chegar à conclusão que a arquitectura biológica é a melhor opção para uma vida mais saudável”. A entrevista com este responsável decorreu no seu escritório, no Seixal. Um espaço verdadeiramente biológico. À nossa equipa de reportagem, aquele responsável referiu que a arquitectura biológica pode indiciar que é uma ciência dos tempos modernos. Mas, na verdade, a arquitectura biológica já vem sendo colocada em prática desde os tempos dos nossos avós. Rui Nelson explica que o objectivo desta arquitectura biológica é o de fazer com que a habitação, através da conjugação de uma diversidade de factores, porporcione bem estar e o máximo de conforto às pessoas. Dá exemplos. Para ter uma casa saudável, uma ecocasa, é preciso fazer com que a obra obedeça a alguns requisitos. É preciso ter cuidado com a ventilação. A casa tem de ter paredes duplas. A tinta utilizada na pintura também tem de ser biológica. As existentes no mercado têm muito chumbo, provocando “doenças a quem habita nas casas pintadas desta forma”. Rui Nelson refere que uma casa construída à base da arquitectura biológica não pode possuir, por cima, linhas de alta tensão nem as celébres antenas das operadoras de telemóveis. Uma casa biológica deve ter também um espaço para reaproveitamento da água que será utilizada nos jardins e nas sanitas, depois de passar por uma fossa biológica. É importante também, conforme sublinha, que se saiba aproveitar as energias. Convém que as janelas da casa sejam amplas por forma a permitir a entrada de muita luz e que essa luz entre em particular na parte da manhã para que o calor se acumule no resto do dia. Estes alguns pontos que Rui Nelson destaca para a construção de uma casa mais saudável. Para investir neste tipo de arquitectura não é preciso dispender mais dinheiro. O que acontece é que as pessoas estão mais viradas para o aspecto prático e para a rapidez da obra, descurando a qualidade da mesma. No entanto, o facto de não serem respeitadas certas regras que transformariam uma residência ou um local de trabalho mais aconchegantes, os portugueses passam o Inverno, por exemplo, numa casa que se assemelha a um frigorífico. Não é por isso de estranhar que sejam divulgadas notícias como “temos das casas mais frias da Europa”. Rui Nelson destaca ainda o facto de muitas das doenças alérgicas derivarem do facto de as pessoas não viverem numa casa construída de forma biológica. Antigamente, conforme realça, embora sem saberem, os nossos avós construíam casas mais saudáveis. As casas de pedra eram quentes no Inverno e frescas no Verão e a cal, material que transforma o dióxido de carbono em oxigénio, era o tipo de tinta mais utilizado.

Acontece na Universidade Lusíada de Lisboa


"Ilhas do Tejo" - Experiência pedagógica realizada no 3.º ano da Licenciatura em Arquitectura (Projecto I).
De 23 Novembro a 7 Dezembro 2005
Na sala de exposições

O Simbolismo do Espaço Sagrado - Na arquitectura moderna e clássica


No Suplemento Pedras Vivas do Jornal da Madeira o Arquitecto João Cunha Paredes fez publicar o seguinte texto que julgo ser de grande importância, pelo que aquí também faço a sua divulgação:

"O simbolismo das igrejas não é algo de inteiramente desconhecido pelos fiéis. Certos trechos da Bíblia, comentários ouvidos durante as homilias, particularmente a homilia de con- sagração das novas igrejas, e informações colhidas em livros ou artigos, deixam vestígios na memória. Assim, sabe-se geralmente, ao menos entre os fiéis praticantes, que a igreja edificada representa a igreja espiritual, corpo místico de Cristo, que as pedras do edifício representam as "pedras vivas" que são os fiéis, que as janelas simbolizam hospitalidade franca e afectuosa caridade, que o pavimento representa o fundamento da Fé, que as colunas representam os apóstolos, que as vigas que unem as partes da igreja representam os princípios deste mundo, que a Capela do Santíssimo, onde Jesus está presente e onde se depositam os vasos sagrados, simboliza o seio da Virgem Maria, etc. Estas significações não se devem rejeitar, ainda que não sejam suficientemente profundas para explicar a simbologia sagrada das igrejas, que está na origem do projecto, mas não é sempre fácil de interpretar nos resultados arquitectónicos. Deste modo e em rigor, há que distinguir dois tipos de símbolo muito diferentes: o símbolo intencional e o símbolo essencial. As significações que todos conhecemos, algumas já sumariamente referidas, são símbolos intencionais e em certos templos a sua manifestação resulta de certo modo artificial, porquanto não se vê de imediato que justifiquem a natureza do objecto arquitectónico que supostamente inspiraram e a que deveriam dar forma. O sentido espiritual surge aqui como "transportado" para uma forma que não consegue convencer porque se sente que é intermutável: a melhor prova disso reside no facto de serem por vezes atribuídas significações totalmente distintas aos objectos em causa, o que se torna impossível no verdadeiro simbolismo ou simbolismo essencial. Este caracteriza-se precisamente pelo laço íntimo e indissolúvel que liga o objecto material à sua significação espiritual por uma união hierárquica e substancial análoga à da alma e do corpo, da realidade visível com a invisível - união essa apreendida pelo espírito como um todo orgânico, uma verdadeira hipóstase conceptual, uma síntese fulgurante do conhecimento e uma intuição como que instantânea. O simbolismo limita-se aqui a explicar uma realidade espiritual já existente implicitamente no coração da igreja. O homem moderno encara o mundo como um aglomerado de fenómenos, enquanto que para o homem clássico o mundo constituía uma realidade harmoniosa e hierarquizada. Na concepção moderna e puramente quantitativa, o mundo é visto como força e matéria que originam os fenómenos, por conseguinte não existe "chave" para a interpretação do mundo e a ciência moderna esgota-se em descobertas, espectaculares, necessárias e positivas sem duvida, mas ao mesmo tempo duvida da possibilidade e adia indefinidamente a esperança de uma verdadeira explicação da realidade. Pelo contrário, na concepção tradicional e qualitativa, consideram-se menos os fenómenos e as forças materiais do que a estrutura interna do mundo, a sua arquitectura espiritual: São Boaventura escreve que "todas as criaturas do mundo sensível nos conduzem a Deus, porque são as sombras, as pinturas, os vestígios, as imagens, as representações do Primeiro, do Sapientíssimo, do excelente Princípio de todas as coisas; são as imagens da Fonte, da Luz, da Plenitude eterna, do soberano Arquétipo; são sinais que nos foram dados pelo próprio Senhor".".

As novas tendências em arquitectura para Instalações Sanitárias! Posted by Picasa

Arquitectura e Urbanismo nas Ilhas Atlânticas. Um Patrimonio Comum dos Açores, Cabo Verde, Canarias e Madeira (2ª Parte)

Continuação do texto de José Manuel Fernandes:

"B - A ocupaçäo humana
"Desde os primeiros tempos, o destino das Ilhas Atlântidas parece ser o de enfeixar relaçöes distantes."Orlando Ribeiro,"As Ilhas Atlântidas"

1 - Uma história comum, uma tradiçäo mítica

Há uma "História Mítica" das ilhas Altântidas; o conhecimento da sua existência desde a Antiguidade desenvolveu lendas inúmeras sobre a sua origem e significado. "No faltan quienes, incluso com ínfulas científicas, admiten que [Canarias], junto con las Azores, la isla de Madera y el archipiélago de Cabo Verde, son lo que queda del mítico continente de la Atlántida, hundido bajo las aguas en remotas fechas.".
A situaçäo isolada das ilhas, as suas manifestaçöes vulcanistas, os ambientes quase irreais e únicos, o clima especial, mas sobretudo o escasso conhecimento exacto que delas se tinha, desde cedo levou à construçäo de histórias, explicaçöes, lendas - que se prolongaram desde a Antiguidade à época das Descobertas e à Idade Moderna, alimentadas pelas dificuldades do seu lento desbravar, ou pela patente continuidade dos fenómenos sísmico-vulcânicos: "A lenda das Ilhas Afortunadas criou-se na Antiguidade, quando a imaginaçäo dos homens procurava, num lugar perdido e distante, um mundo melhor que este onde viviam. As Colunas de Hércules, hoje estreito de Gibraltar, sem serem nunca um limite do mundo conhecido, formaram, desde a conquista cartaginesa, uma barreira da navegaçäo. Parecia assim natural que essa ‘terra dos bem-aventurados’ ficasse para além do estreito, nas ‘ilhas do oceano ocidental’. As Canárias, que os Gregos conheceram e visitaram, correspondiam em grande parte a este mundo ideal, pela amenidade do clima e pela fertilidade do solo, que tudo produzia, recompensando, quase sem esforço, sob o influxo de um céu luminoso e tépido, como numa eterna Primavera, os felizes habitantes dessas ilhas. Com elementos desta lenda e recordaçöes da cidade de Tartessos, na foz do Guadalquivir, aniquilada pela expansäo cartaginesa na Península Ibérica, compôs Platäo a descriçäo mítica da Atlântida, onde os homens viviam numa felicidade perpétua, na paz, na prosperidade e na justiça. de repente, ‘por tremores de terra medonhos e cataclismos’, a Atlântida desapareceu no seio das ondas e com ela a esperança de um mundo melhor, que o Cristianismo havia de renover, mas ‘depois deste desterro’, no plano da vida futura.
Durante mais de dois milénios, as Ilhas Afortunadas foram esquecidas."..."

Voltamos a Carga!

Depois de um tempo de avaliação do projecto e das formas em que podemos melhora-lo, retomamos este projecto de valorização da arquitectura em especial da Atlântica.