14/12/2010

Convento Franciscano de São Bernardino em Câmara de Lobos será recuperado


O projecto da autoria do Arq. Vítor Mestre já tem luz verde da CMCL, que é responsável pela recuperação deste que é o único Convento Franciscano existente na Madeira.

O financiamento da obra é garantido por fundos europeus em cerca de 80% e o restante será praticamente assumido pela própria congregação, sendo eventualmente da responsabilidade da Câmara algum valor residual. O projecto também foi assumido pela Câmara.

Fonte da informação e imagens: DN-Madeira

30/10/2010

Expo 2010: arquitecto "satisfeito e honrado" com prémio para pavilhão de Portugal

O arquitecto português Carlos Couto disse hoje à agência Lusa sentir-se "satisfeito e honrado" com o prémio de design e arquitectura atribuído hoje, em Xangai, ao pavilhão de Portugal na Expo 2010 pelo Bureau International des Exhibitions (BIE).

Portugal foi distinguido entre os 42 pavilhões alugados do certame, enquanto nos 40 pavilhões construídos de raiz pelos participantes ganharam o Reino Unido (mais de 4000 metros quadrados) e a Finlândia (entre 2000 e 4000 metros quadrados).
Trata-se de um prémio que avalia a fachada e decoração exterior do pavilhão, o desenho arquitectónico, as técnicas de construção usadas e a sua relação com o tema da Expo2010, "Better City, Better Life" (Melhor Cidade, Melhor Qualidade).
Portugal ficou em primeiro lugar no grupo que reunia os países com pavilhões construídos pelos organizadores e depois alugados ou construídos pelos participantes mas com áreas inferiores a 2000 metros quadrados.

"É um prazer receber este prémio. Representa um reconhecimento, e sobretudo é importante pelo material utilizado na construção do pavilhão, que tem muito a ver com Portugal", comentou o arquitecto sobre o edifício inteiramente revestido de cortiça.
Carlos Couto - que liderou uma equipa de 12 pessoas, quase a totalidade do próprio atelier - disse ainda que este foi o projeto que mais prazer lhe deu nos últimos 20 anos.

"É raro ter a possibilidade de fazer um pavilhão neste género, e, por outro lado, é fabuloso o número de visitantes que esta Expo teve. Tem a ver com o facto de ter decorrido na China", avaliou, referindo-se ao facto de o certame, que encerra domingo, ter recebido mais de 72 milhões de visitantes.
Desde a abertura do certame, a 1 de Maio, o pavilhão de Portugal foi visitado por quase cinco milhões de pessoas, um recorde na história da participação portuguesa em exposições universais.
O arquitecto salientou ainda que a escolha da cortiça "foi uma boa aposta para divulgar este material pouco conhecido na região".
A cortiça suscitou grande curiosidade sobretudo nos visitantes chineses, que tocavam e cheiravam o material e chegavam a retirar pedaços de cortiça dos painéis que revestiam o pavilhão, indicou Carlos Couto.
"Tivemos que substituir painéis várias vezes por estarem tão desgastados. Chegou-se a um ponto que desistimos de o fazer", observou.
A Expo2010 foi a maior exposição universal de sempre, com mais de 240 países e organizações internacionais, e também a mais concorrida.
O anterior recorde de afluência (64 milhões) durava desde a Expo de Osaka, em 1970.

Fonte: Público
Imagens: Público e DN-Lisboa

02/08/2010

CARRILHO DA GRAÇA VENCE CONCURSO PARA NOVO TERMINAL DE CRUZEIROS DE LISBOA

O arquitecto Carrilho da Graça ganhou o concurso para projectar o novo terminal de cruzeiros de Santa Apolónia, lançado em Março pela Administração do Porto de Lisboa (APL). O júri, que avaliou os 37 trabalhos concorrentes, foi unânime ao considerar que a proposta de Carrilho da Graça se traduz "num claro benefício" para a cidade e para o seu porto.
O projecto do autor de alguns edifícios emblemáticos da capital - como o Pavilhão do Conhecimento dos Mares, na antiga Expo "98, ou a recente Escola Superior de Música - convenceu o júri por incluir um "edifício relativamente pequeno, com uma volumetria delicada", sublinhou o grupo de avaliadores composto pelo arquitecto catalão Juan Busquets e o arquitecto paisagista Gonçalo Ribeiro Telles, entre outros.
Ao PÚBLICO, Carrilho da Graça explicou que a ideia-base do projecto foi "partir da intervenção que a APL quer fazer na zona e criar espaços que possam ser desfrutados pela cidade, independentemente de haver cruzeiros ou não". A dimensão prevista permite minimizar o impacte visual do terminal, um assunto que tanta polémica suscitou no passado junto dos moradores do bairro de Alfama. Estes temiam perder a vista sobre o Tejo, caso avançasse o anterior projecto da APL.
O júri apreciou também a cobertura visitável do terminal, o que converte o edifício numa "nova topografia da cidade, entre a colina de Alfama e o Tejo", salienta a APL, no comunicado em que anuncia o vencedor
Outra preocupação do arquitecto foi tornar o espaço polifuncional. "Nos períodos com menos paquetes, a zona pode ser utilizada com outros objectivos, como concertos ou exposições", explica. Além de um grande parque verde urbano, que preenche a área envolvente, eestacionamento (para cerca de 80 autocarros), a proposta vencedorainclui um anfiteatro exterior com vista para o rio e para a cidade.
O terminal de cruzeiros vai juntar-se à lista de obras emblemáticas deste arquitecto, que tem no currículo ainda a Escola Superior de Comunicação Social e a extensão do Palácio de Belém.
A primeira fase do projecto deverá estar concluída em 2013. Terá uma área total de 7790 metros quadrados, envolve um investimento superior a 25 milhões de euros, pagos pela APL, que promoveu o concurso em parceria com a Câmara de Lisboa e a Ordem dos Arquitectos.
Além do projecto de Carrilho da Graça, o júri destacou, pela qualidade, mais quatro projectos. Receberam menção os gabinetes de Aires Mateus Arquitectos, Guillermo Vazquez Consuegra, ARX Portugal Arquitectos e Zaha Hadid Limited.

23/07/2010

Centro Clinico e Educacional de Matosinhos - AR Arquitectos

«Viver numa casa de lego é possível?»

O vídeo é da série James May´s Toy Stories, da BBC e mostra uma casa feita de Lego em tamanho real, onde tudo é construído com as pequenas peças de infância. Feita à medida de gente grande, a habitação é minuciosamente decorada, com riscas e cores fortes. O apresentador passou lá 24 horas, onde até os chinelos de quarto e as almofadas são feitas com estas peças. Bonitas, mas pouco confortáveis. Para entrar em casa, o processo é o normal: é necessária uma chave, também ela feita em lego. Os tapetes, piano, escadas e paredes são construídos com as pequenas peças de plástico que fazem parte das memórias de muitas crianças. A casa foi avaliada em cerca de 6 mil, 23 mil e até 590 mil euros.

Por Maria Catarina Nunes, Jornal "i"

16/05/2010

Arq. José António Bóia Paradela: "Four Views Baía" , Funchal, Madeira


O 'Four Views Baía', antigo Hotel São João, recebeu ontem o 'Prémio Património - Recuperação 2009' da CMF, prémio que visa valorizar o património edificado do concelho.

Ver notícia do DN-Madeira
Imagem: DN-Madeira

07/04/2010

Santa Cruz da Graciosa, Açores: «A Praça do Século XXI»

A Câmara Municipal de Santa Cruz da Graciosa acaba de revelar o projecto elaborado para a Praça Fontes Pereira de Melo e Parque Infantil que já está disponível para consulta e recolha de contributos de todos os munícipes.
O projecto propõe alterações de fundo que incluem a construção de novas estruturas e substituição de equipamentos e do mobiliário urbano.


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Mais imagens no "link" acima.




30/03/2010

Ateliê SANAA - Zollverein School of Management and Design na Alemanha

Imagem: Estadão

Ateliê SANAA - Museu de Arte Contemporânea do século XXI em Kanazawa, Japão

Imagem: Estadão

«Dois arquitetos japoneses recebem o prêmio Pritzker 2010»

Os arquitetos japoneses Kazuyo Sejima e Ryue Nishizawa, uma dupla elogiada por usar materiais de construção ordinários para criar estruturas etéreas, conquistaram o Prêmio de Arquitetura Pritzker 2010, anunciado neste domingo, 28, pelo júri.
Sejima, de 54 anos, e Nishizawa, de 44, se juntaram a nomes como Frank Gehry, Rem Koolhaas e Renzo Piano, ao receberem a honra máxima no campo da arquitetura em reconhecimento aos museus de arte, edifícios universitários e butiques sofisticadas que desenharam no Japão, Europa e Estados Unidos.
"Queremos fazer uma arquitetura que as pessoas gostem de usar", disse Sejima, referindo-se as estruturas da dupla para praças públicas, onde os visitantes podem andar livremente em grupos ou encontrar nichos confortáveis para passar o tempo. "O júri, de alguma forma, apreciou nossa forma de fazer arquitetura."
O júri de arquitetos, acadêmicos, escritores e designers do Pritzker premiou Sejima e Nishizawa por desenharem estruturas que se misturam em seus arredores para proporcionar cenários despretensiosos para as atividades que ocorrem em seu meio. "Eles exploram como poucos as propriedade fenomenais do espaço contínuo, leveza, transparência e materialidade", escreveu o júri. "Eles buscam as qualidades essenciais da arquitetura, que resulta em uma simplicidade muito apreciada, economia de recursos e domínio".
Entre os projetos mencionados pelo júri do Pritzker estão o translúcido e esguio prédio da Christian Dior no luxuoso bairro de Omotesando em Tóquio (Japão) e o Pavilhão de Vidro do Museu de Artes de Toledo, Ohio (EUA).
O júri também mencionou o recém-inaugurado Centro de Aprendizado Rolex do Instituto Federal de Tecnologia da Suíça, em Lausanne, uma estrutura ondulada de concreto e vidro, com imensos "buracos" (que lembram uma fatia de queijo suíço), que permitem a entrada de luz em grandes espaços abertos.
A dupla Sejima e Nishizawa já foi recebeu em 2005 o prêmio de artes visuais Rolf Schock, concedido pela academia real da Suécia. Sejima atualmente ocupa a direção da Bienal de Arquitetura de Veneza deste ano, a primeira mulher a fazer isso.
A premiação formal do Pritzker ocorrerá em maio, na Ilha de Ellis, o histórico ponto de entrada da imigração do porto de Nova York. Sejima e Nishizawa vão receber US$ 100 mil em prêmio e um par de medalhas de bronze. Antes deles, outros três arquitetos japoneses já foram laureados pelo Pritzker: Kenzo Tange, Fumihiko Maki e Tadao Ando.

Fonte: Estadão
Imagem: ABC.es

«Dupla de arquitectos é responsável pela ampliação do Museu de Serralves»

Os arquitectos japoneses Kazuyo Sejima e Ryue Nishizawa foram galardoados com o prémio Pritzker, o mais prestigiado do Mundo na arquitectura e que, em 1992, foi atribuído a Álvaro Siza.
É da autoria desta dupla nipónica o projecto "Serralves 21", que consiste na ampliação do Museu de Arte Contemporânea do Porto através de um pólo a construir em Matosinhos. O espaço, que funcionará como depósito de obras de arte e local de exposições, deverá estar pronto em 2012.
O júri do Pritzker justificou a distinção com o facto de a dupla de arquitectos, parceiros na firma SANAA, criar estruturas luminosas que se integram harmoniosamente na paisagem circundante.
A propósito, foram destacados o edifício Christian Dior, em Tóquio, o pavilhão de vidro do Museu de Arte de Toledo e o novo Museu de Arte Contemporânea em Manhattan, Nova Iorque. "As construções de Sejima e Nishizawa dão a ilusão de serem simples", sublinhou o júri.
É quarta vez que o Pritzker é atribuído a arquitectos japoneses. Em 2009, o júri distinguiu o suíço Peter Zumthor. A cerimónia de entrega do prémio decorrerá a 17 de Maio em Ellis Island, no porto de Nova Iorque.
Honrada com a distinção, Kazuyo Sejima, de 54 anos, disse que se move pela vontade de inspirar novas gerações, transmitindo uma sensação de abertura que julga ser importante para os arquitectos mais novos. Depois de ter estudado na Universidade Feminina do Japão, fundou a firma que esteve na génese da actual SANAA, na qual Ryue Nishizawa, dez anos mais novo e seu antigo funcionário, figura já como associado.
Atribuído anualmente pela Fundação Hyatt, da responsabilidade da família Pritzker (das mais ricas dos Estados Unidos), para agraciar um arquitecto vivo, o prémio consiste num medalhão em bronze e em 100 mil dólares. É atribuído desde 1979. Sempre em lugares cimeiros na lista da "Forbes", a família Pritzker é detentora, também, da famosa cadeia de hotéis Hyatt.

Imagem: DN-Lisboa

05/03/2010

Residência japonesa utiliza energia solar passiva

Uma habitação moderna e elegante foi desenhada por um ateliê de arquitectura, Suppose Design Office, situado no Japão, tem por princípio fazer uma optimização da utilização da energia solar passiva na construção de edifícios.
Todos os aspectos do desenho inovador do edifício têm sido cuidadosamente considerados para que se faça o melhor uso da luz solar disponível, bem como da ventilação natural, demonstrando como as práticas de construção eficiente podem desenvolver e dar forma a uma arquitectura moderna e elegante.
Localizada na região Oeste de Hiroshima, em Otake, Japão, sobre um alto planalto com vista para a zona industrial e para a região montanhosa, a Otake House vive o paradigma dos espaços paralelos presentes na natureza.
O Suppose Design Office teve a preocupação de orientar propositadamente as várias fachadas da residência, de forma a assegurar a exposição directa aos raios solares das fachadas viradas a oriente e ocidente. Isto permitiu-lhes satisfazer os requisitos de concepção de aproveitamento da energia solar passiva e, ao mesmo tempo, garantir a vista para a paisagem a Norte e a Sul.
O primeiro andar do lado virado a norte da casa é composto por grande parte das divisões, incluindo a cozinha e a sala de jantar. Nesta fachada, os arquitectos colocaram grandes vãos apoiados pelo telhado em consola, permitindo ventilação e iluminação natural, que se infiltra no interior da habitação.
O lado sul contem a sala de estar e um terraço exterior, fazendo a separação entre os ambientes interiores e exteriores.
Por um lado, a Otake House varia na sua forma de um lado para o outro, por outro, é unida por todo o seu desenho verde.
Além da energia solar passiva, que permite a redução do consumo de energia gasta através de aquecimento e refrigeração, os arquitectos implementaram também um material resistente à água, comummente usado na construção de barcos, na pele do edifício.
O envolvimento contínuo do exterior para o interior da casa, sem a utilização de vedações, torna o edifício um vazio monolítico feito de luz e de espaço.
Conheça mais pormenores da obra no site: www.suppose.jp.

04/03/2010

‘Tiger’de Qi Baish

O quadro do pintor chinês pode chegar aos 15 milhões de dólares (11 milhões de euros) no leilão da Sotheby. Qi Baishi (1864-1957) foi o terceiro mais vendido do mundo em 2009, a seguir a Picasso e Andy Warhol, e o único do ‘top 10’ dos leilões de arte cujas vendas aumentaram. A mais pequena peça vende-se hoje por 30 mil yuan (3300 euros).

Fonte: SOL

03/03/2010

NASA diz que sismo no Chile mudou o eixo da Terra

Um artigo publicado pela NASA admite que o eixo da Terra se alterou e que os dias no planeta podem ter sido encurtados em 1,26 microsegundos, depois do grande terramoto de 8,8 graus na escala de Richter que assolou o Chile no passado dia 27 de Fevereiro.
Segundo o artigo publicado hoje pela NASA no seu site, o cientista Richard Gross (do Laboratório de Propulsão a Jacto da NASA na Califórnia) e a sua equipa efectuaram cálculos complexos que permitem concluir que os dias na Terra deverão ter sido encurtados em cerca de 1,26 microsegundos - sendo que um microsegundo corresponde à milionésima parte de um segundo -, na sequência do terramoto ocorrido ao largo da costa chilena no passado sábado.
A NASA indica que "o mais impressionante é, talvez, o quanto o terramoto mudou o eixo de rotação da Terra", que determina a duração dos dias. Os cálculos efectuados por Gross mostram que o eixo se alterou em aproximadamente oito centímetros.
O modelo utilizado para efectuar estes cálculos foi o mesmo utilizado em 2004 para estimar os efeitos do sismo de magnitude 9,1 que ocorreu nesse ano em Sumatra e encurtou os dias em 6,8 microsegundos, alterando o eixo da terra em cerca de sete centímetros.
O facto de o terramoto do Chile ter alterado mais o eixo da Terra do que o de Sumatra, de magnitude superior, tem duas explicações para os investigadores: por um lado, o sismo de Sumatra ocorreu mais perto do equador, enquanto o sismo do Chile ocorreu numa zona de latitude média, o que potencia a alteração vertical do eixo terrestre; por outro lado, a falha responsável pelo sismo no Chile está ligeiramente mais inclinada para o interior da crosta terrestre do que a responsável pelo sismo de Sumatra, o que permite um maior movimento vertical da massa do planeta.
O sismo que atingiu o Chile no passado dia 27 de Fevereiro, de 8,8 graus na escala de Richter, foi 700 a 800 vezes mais forte que o do Haiti, em Janeiro, e libertou uma energia de aproximadamente cem milhões de toneladas - a bomba nuclear que dizimou Hiroxima tinha apenas seis.

Fonte: DN Lisboa



02/03/2010

Construir pontes em situações de emergêrcia

Deixo por cá uma peça do Jornal de Notícias muito interessante sobre as pontes que a engenharia militar coloca em situações de emergência, minimizando de forma provisória os transtornos provocados por quedas de estruturas civis do genero.

O que nos é mostrado nessa peça será o mais próximo ao que será colocado por cá na Madeira por estes dias, tendo em conta que muitas pontes foram destruídas ou afectadas pelo temporal que se abateu no passado dia 20 de Fevereiro.

Sem duvida uma peça curiosa a ver com atenção.

«Arquitecturas sem Arquitectos» Parte II-III

«Arquitecturas sem Arquitectos» Parte II-II

«Arquitecturas sem Arquitectos» Parte II-I

«Arquitecturas sem Arquitectos» Parte I-III

»Arquitecturas sem Arquitectos» Parte I-II

«Arquitecturas sem Arquitectos» Parte I-I



Um achado interessante!...

23/02/2010

Siza Vieira entre 200 criadores de projectos para "vazio" do Guggenheim de Nova Iorque

"Contemplating the Void" ("Contemplando o Vazio") é o título da mostra que está patente no Guggenheim até 28 de abril, segundo o sítio online da Ordem dos Arquitectos.
Mais de 200 criadores, desde arquitectos, designers e artistas foram convidados a criar uma intervenção na emblemática rotunda que o arquitecto Frank Loyd Wright traçou no interior do museu há mais de cinquenta anos.
Nesta exposição de "projectos ideais" emergem temas como o regresso à natureza, o desejo de escalar o edifício, a interligação entre luz e espaço, o impacto do som no ambiente, e o interesse por efeitos diáfanos em contraponto à estrutura concreta do edifício.
Além de Álvaro Siza Vieira, a lista de convidados inclui os arquitetos Philippe Rahm, Snøhetta, Studio Daniel Libeskind, Toyo Ito & Associates, Architects, West 8, BIG (Bjarke Ingels Group), Greg Lynn FORM, junya.ishigami+associates.
Também participaram os designers e artistas Fernando e Humberto Campana, Martí Guixé, Joris Laarman Studio e Studio Job, e Alice Aycock, Fake Design, Anish Kapoor, Sarah Morris, Wangechi Mutu, Mike Nelson, Paul Pfeiffer, Doris Salcedo, Lawrence Weiner e Rachel Whiteread.
A mostra é organizada pelos curadores Nancy Spector e David van der Leer, e é uma das iniciativas do Guggenheim para celebrar 50 anos de vida.

Fonte: Público

17/02/2010

Arquitectura bioclimática dá passos ainda tímidos na Região

Projectar e construir um edifício considerando a envolvente climática é o objectivo da arquitectura bioclimática, um conceito que, afinal, não é nada de novo, uma vez que nasceu com as primeiras habitações construídas pelos homens. Todavia, os princípios da arquitectura bioclimática têm sido esquecidos e ignorados na construção das habitações modernas, onde a utilização do betão e das “soluções fáceis” continua a dominar, com consequências nefastas no consumo energético e na vida dos edifícios. Na Madeira, o conceito de arquitectura bioclimática dá ainda passos tímidos.
Da utilização do conceito de arquitectura bioclimática advêem ganhos bastante significativos. Tanto no Inverno, como no Verão, quase não precisa de aquecer ou arrefecer as divisões de casa. Tal repercute-se na conta da electricidade e de gás, mais baixa do que em construções onde o conforto térmico não está assegurado.

Tal como realçou ao JM o Eng.º Filipe Oliveira, da Agência Regional de Energia e Ambiente da Região Autónoma da Madeira (AREAM) tem um clima bastante favorável à adopção dos princípios da arquitectura bioclimática.

Deste modo, salienta haverem “princípios simples que pode serem aplicados na construção das habitações, como seja fazer os sombreamento, a orientação, a ventilação natural e o aproveitamento da luz natural”.

Todavia, realça que embora “estes princípios sejam do senso comum há quem aplique mal e ourtos procuram aplicar melhor”.

A falta de conforto térmico nas casas resulta de problemas construtivos. Para ultrapassar o desconforto, gasta-se electricidade em excesso para aquecer ou arrefecer. Porém, as casas construídas segundo critérios bioclimáticos apresentam temperaturas que, na maior parte do ano, dispensam equipamentos de aquecimento ou arrefecimento.

Assim, como acentua Filipe Oliveira, na arquitectura bioclimática, a exemplo do que foi feito na Casa Solar do Porto Santo, “podem-se utilizar entradas de ar subterrâneas em que o ar entra por debaixo da terra e arrefece e quando entra dentro de casa já fresco, o que é uma grande vantagem no Verão”.

Por outro lado destaca a utilização de “janelas fingidas” ou “parede de Trombe”, em “que do lado de fora tem um vidro e por detrás da janela tem uma parede, em betão ou pedra, em que o sol passa através do vidro e aquece a parede que, depois, durante a noite vai libertando calor”.

Deste modo, sublinha “existirem muitas soluções “para aquecer” ou “arrefacer” uma casa, destacando que na arquitectura solar passiva ou na arquitectura bioclimática “o motor ou a fonte de energia é o sol e o vento”.

“É o vento na parte da ventilação, para fazer entrar e sair o ar, e o sol, que faz aquecer e circular o ar”.

Neste âmbito destaca a importância de uma casa estar bem orientada, de modo a receber o máximo de luz solar, o que, conjugado com entradas de ar na habitação, nomeadamente pode debaixo da terra, “quanto mais sol tiver mais circulação de ar faz”.

Os materiais de construção também influenciam as condições climatéricas no interior. A inércia térmica, própria dos materiais pesados, como dos tijolos maciços e da pedra, é importante em casas bioclimáticas. Com grande inércia térmica, mantêm-se mais tempo frescas durante o dia, enquanto armazenam calor, que libertam à noite.

Por isso Filipe Oliveira destaca a importância da “inércia térmica” na habitação. “Se tiver isolamento térmico por fora, a massa que está por dentro vai armazenar o calor no interior, o que quer dizer que se houverem uns dias muito frios as paredes como estão quentes vão manter o calor e uniformizar a temperatura dentro de casa, o mesmo acontecendo nos dias de Leste”.

Questionado sobre a razão por que os conceitos da arquitectura bioclimática não são mais vezes utilizados na construção das habitações, salienta que tal deve-se ao facto de que “obriga o arquitecto a pensar”, referindo que são sobretudo os arquitectos mais novos a valorizar estes princípios. Assim, salienta que muitos arquitectos “têm pouca sensibilidade” para a aplicação dos conceitos da arquitectura bioclimática. “Preocupam-se com o interior, com a distribuição de espaços, com a ocupação do lote - embora muitas vezes o terreno seja um factor limitativo - e porque sempre fizeram assim têm mais tendência a fazer de forma idêntica. Quando o projecto é ditado pelos promotores imobiliários a construção segue o princípio do mais barato, embora algumas destas soluções da arquitectura bioclimática não sejam as mais caras”, sublinha.

Embora reconheça que hoje em dia a legislação obrigue à utilização de técnicas que conduzem a uma melhor eficiência energética dos edifícios, Filipe Oliveira realça que um edifício que utilize as soluções da arquitectura bioclimática “tem um bom desempenho energético, embora o que é exigido não leva a que haja uma generalização do bioclimático”.

Considerando um cenário de consumo de 12.500 kWh/ano, correspondente a um gasto de electricidade de cerca de € 65 mensais e de € 35 de gás, a redução em 80% da fatia do aquecimento significa uma poupança anual superior a 250 euros.
Como conseguir um maior conforto térmico

Uma construção atenta aos pormenores
Técnicas de construção. Para perceber como aplicar algumas técnicas na sua casa, de modo a conseguir um maior conforto térmico, pode recorrer às agências de energia, municipais ou regionais. A ADENE (www.adene.pt) ou AREAM (www.aream.pt) tem informação sobre o Sistema de Certificação dos Edifícios e os novos regulamentos.
A orientação das fachadas da casa a Sul é favorável, no Inverno ou Verão, desde que com sistemas de sombreamento a proteger do sol directo. Numa sala de 30 m², por exemplo, as necessidades de arrefecimento podem aumentar em 1 kW, se a sala for orientada a Oeste, em vez de a Sul.

O isolamento térmico das paredes simples previne fugas de calor entre o interior e o exterior da habitação. O mesmo deve ser colocado no exterior, revestindo paredes e vigas e evitando as pontes térmicas. Uma parede simples isolada pelo exterior evita até 50% das perdas de calor.

Os vidros duplos protegem do calor e do frio. Têm duas camadas de vidro, separadas por uma câmara de gás inerte, de maior efeito isolante. As perdas de calor para o exterior reduzem-se em 45% com uma janela de vidro duplo e caixilharia isolante.

A chamada Parede de Trombe é constituída por um vidro exterior orientado a Sul, uma caixa-de-ar e uma parede de grande inércia térmica (de tijolo maciço, por exemplo). Estas paredes acumulam o calor do Sol durante o dia, transmitindo-o para o interior durante a noite.

A técnica de arrefecimento pelo solo permite refrigerar as divisões, fazendo passar ar do exterior por tubos enterrados, onde arrefece, sendo depois libertado na casa. No Inverno, o mesmo sistema permite pré-aquecer o ar.

A água pode ser usada para arrefecer o ar. Caso haja espaço disponível em frente à habitação, é possível criar espelhos de água. A evaporação da água dá-se junto às paredes exteriores da casa, diminuindo a temperatura do ar em seu redor.

As palas, ou varandas, por cima das janelas ajudam, durante o Verão, a quebrar a incidência directa do Sol.

As janelas basculantes permitem, com o estore parcialmente fechado, arejar a casa. Por sua vez, as janelas pequenas evitam o arrefecimento excessivo das casas viradas a Norte.

A forma do edifício influencia as perdas e os ganhos de calor entre o interior e o exterior. Quanto mais compacto for o edifício, menor serão as perdas energéticas. Além disso, uma casa baixa está menos exposta ao vento.

O uso de vegetação, de preferência a Este e a Oeste, evita a entrada de radiação solar directa através das janelas e protege as paredes exteriores do excesso de calor. A vegetação também protege do vento e oxigena o ar.

A utilização de painéis solares fotovoltaicos permite converter a energia solar em eléctrica, enquanto os colectores solares têm a vantagem de usá-la para aquecer água. A instalação destes sistemas leva à redução do consumo de energia eléctrica.
Legislação não ajuda à aplicação dos princípios da arquitectura bioclimática

«As pessoas estão pouco esclarecidas»
Ara Rodrigo de Castro é um jovem arquitecto que procura aplicar na construção de casas e edifícios os princípios da arquitectura bioclimática, reconhecendo no entanto que os obstáculos são vários.

Salienta que esta arquitectura “sempre se fez, desde o que o homem surgiu no planeta, pois desde o Pólo Norte ao Pólo Sul todas as habitações eram feitas consoante o clima e o local, utilizando os materias disponíveis nesse local, o que fazia com que as casas se tornassem quentes do Inverno e frescas no Verão”.

Todavia, realça que “com a Revolução Industrial e com o paradigma da Escola Bauhaus, com a construção em betão, tudo foi destruído, passando-se a construir rapidamente”.

Deste modo, Rodrigo de Castro destaca que “as casas de pedra antiga madeirenses” eram feitas com os princípios da arquitectura bioclimáticas, ou seja, “viradas a sul, com as paredes com uma determinada espessura e com as aberturas correctas, o que fazia com que o sol aquecesse a casa durante o dia e o calor fosse libertado no interior da casa durante a noite, aquecendo a casa”.

Portando, acentua que o objectivo da arquitectura bioclimática “é projectar consoante a natureza do próprio local e do clima e com os materiais do local”.

Deste modo, este jovem arquitecto considera que “pouco se fez em Portugal no âmbito da arquitectura bioclimática”, realçando que a maioria das “pessoas estão pouco esclarecidas e elucidades”, destacando que “muitas vezes o papel do arquitecto é desvalorizado em favor do técnico”.

Assim, culpa o decreto-lei 73/73 por esta situação que permite que os engenheiros técnicos possam assinar projectos de arquitectura “deixando o papel do arquitecto um pouco à margem da sociedade”, isto a par da falta de exigência de “projectos de execução” na maior parte das construções.

Rodrigo de Castro, salienta, assim, que estes factores contribuem para “que não haja um controlo da qualidade e execução dos edifícios”, o que, acentua, “contribui para por de parte os princípios da arquitectura bioclimática”.

Para além de defender uma alteração da legislação, considera que será sobretudo pelo factor de “imitação” que a arquitectura bioclimática irá se impor, uma vez que se as pessoas souberem que o vizinho tem uma casa que gasta metade da energia que consomem “vão querer também ter uma habitação igual”.