24/11/2005

Construções com mais qualidade


Aquí vai um artigo do Jornal da Madeira, ineressante sobre um trabalho de um colega amigo, aquem desde já dou os Parabens!

Há 15 anos, quando se dedicou à prática de agricultura biológica, “as pessoas que foram sabendo chamavam-me louco”. Hoje, esta prática é comum e até incentivada pelas entidades governamentais. Rui Nelson decidiu, por isso, apostar noutra vertente que, embora barata e fácil de concretizar, não tem tido pernas para andar: a arquitectura biológica. Há 10 anos que anda a falar “nisto” mas ninguém se importa em transformar a sua residência ou local de trabalho num espaço mais agradável e onde não se chegue ao fim do dia “com um cansaço fora do normal”. Mas este agente técnico de arquitectura e engenharia acredita que mais dia menos dia, “as pessoas vão chegar à conclusão que a arquitectura biológica é a melhor opção para uma vida mais saudável”. A entrevista com este responsável decorreu no seu escritório, no Seixal. Um espaço verdadeiramente biológico. À nossa equipa de reportagem, aquele responsável referiu que a arquitectura biológica pode indiciar que é uma ciência dos tempos modernos. Mas, na verdade, a arquitectura biológica já vem sendo colocada em prática desde os tempos dos nossos avós. Rui Nelson explica que o objectivo desta arquitectura biológica é o de fazer com que a habitação, através da conjugação de uma diversidade de factores, porporcione bem estar e o máximo de conforto às pessoas. Dá exemplos. Para ter uma casa saudável, uma ecocasa, é preciso fazer com que a obra obedeça a alguns requisitos. É preciso ter cuidado com a ventilação. A casa tem de ter paredes duplas. A tinta utilizada na pintura também tem de ser biológica. As existentes no mercado têm muito chumbo, provocando “doenças a quem habita nas casas pintadas desta forma”. Rui Nelson refere que uma casa construída à base da arquitectura biológica não pode possuir, por cima, linhas de alta tensão nem as celébres antenas das operadoras de telemóveis. Uma casa biológica deve ter também um espaço para reaproveitamento da água que será utilizada nos jardins e nas sanitas, depois de passar por uma fossa biológica. É importante também, conforme sublinha, que se saiba aproveitar as energias. Convém que as janelas da casa sejam amplas por forma a permitir a entrada de muita luz e que essa luz entre em particular na parte da manhã para que o calor se acumule no resto do dia. Estes alguns pontos que Rui Nelson destaca para a construção de uma casa mais saudável. Para investir neste tipo de arquitectura não é preciso dispender mais dinheiro. O que acontece é que as pessoas estão mais viradas para o aspecto prático e para a rapidez da obra, descurando a qualidade da mesma. No entanto, o facto de não serem respeitadas certas regras que transformariam uma residência ou um local de trabalho mais aconchegantes, os portugueses passam o Inverno, por exemplo, numa casa que se assemelha a um frigorífico. Não é por isso de estranhar que sejam divulgadas notícias como “temos das casas mais frias da Europa”. Rui Nelson destaca ainda o facto de muitas das doenças alérgicas derivarem do facto de as pessoas não viverem numa casa construída de forma biológica. Antigamente, conforme realça, embora sem saberem, os nossos avós construíam casas mais saudáveis. As casas de pedra eram quentes no Inverno e frescas no Verão e a cal, material que transforma o dióxido de carbono em oxigénio, era o tipo de tinta mais utilizado.

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